Postado em: 23 de agosto de 2025 | Por: Ezequiel Neves

Silas Malafaia não é perseguido por pregar a Bíblia, mas por articular golpe de Estado



O pastor Silas Malafaia tem reiterado, em entrevistas e declarações públicas, que estaria sendo alvo de perseguição por sua atuação religiosa e por “pregar a Bíblia”. No entanto, as investigações que o envolvem não dizem respeito à sua fé ou ao exercício de sua atividade pastoral, mas a suspeitas de participação em articulações voltadas para um golpe de Estado no Brasil.

A Constituição Federal assegura a liberdade religiosa e o livre exercício de culto. Nenhuma investigação atual aponta para qualquer tipo de restrição à pregação bíblica ou à prática da fé. O foco das apurações está nas movimentações políticas que teriam contribuído para ataques às instituições democráticas e para a tentativa de ruptura institucional.

Especialistas em ciência política e direito ressaltam que a estratégia de se colocar como vítima de perseguição religiosa é uma forma de construir narrativa, buscando respaldo entre fiéis e a opinião pública. Ao transformar uma investigação de caráter político e criminal em uma suposta questão de liberdade de culto, cria-se uma cortina de fumaça que desvia o debate do cerne do problema: a ameaça à democracia.

O caso de Malafaia se insere em um contexto mais amplo, em que parte do segmento evangélico alinhado ao bolsonarismo buscou consolidar influência política por meio de discursos religiosos. Para analistas, a mistura entre púlpito e palanque tem potencial de fragilizar tanto a fé quanto as instituições democráticas, já que confunde a defesa de princípios espirituais com a legitimação de projetos de poder.

Portanto, o que está em discussão não é a liberdade de pregação bíblica, mas a necessidade de responsabilização de quem, utilizando sua posição de liderança religiosa, teria atuado para enfraquecer a ordem constitucional. Separar religião e política é essencial para a preservação da democracia e também para a credibilidade das próprias igrejas.

Historicamente, regimes autoritários em diferentes partes do mundo já se apoiaram em líderes religiosos para legitimar seus projetos de poder. Na América Latina, durante as ditaduras militares do século XX, setores religiosos foram utilizados para justificar a repressão em nome da “ordem”. Esse paralelo mostra que a instrumentalização da fé não é um fenômeno novo e reforça a importância de vigilância social para evitar que a religião seja transformada em escudo para práticas antidemocráticas.

STF tem maioria para tornar réu homem que chamou Moraes de “satanista” e “sacrificador de crianças”

 

Carlos Moura/SCO/STF

A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria para acatar denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Glaudiston da Silva Cabral. Ele teria feito críticas e ofensas a ministros da Corte e chamou Alexandre de Moraes de “sacrificador de crianças” e “satanista”.

O julgamento ocorre no plenário virtual. Moraes é o relator, que foi seguido pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia para torná-lo réu. Falta votar Luiz Fux.

Glaudiston foi denunciado por associação criminosa e incitação ao crime. Em sua manifestação, Moraes afirma que ele incitou a atuação das Força Armadas contra os “Poderes Constituídos e, com a mesma conduta, incitou a prática de golpe de Estado”.

“Todas as investigações, portanto, referem-se aos mesmos atos criminosos resultantes da invasão e depredação dos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal ocorridos em 8/1/2023, sendo evidente a existência de conexão entre as condutas atribuídas a Glaudiston da Silva Cabral na presente denúncia e aquelas investigadas no âmbito mais abrangente dos referidos procedimentos envolvendo investigados com prerrogativa de foro nessa Suprema Corte”, escreveu Moraes em seu voto.

O denunciado ainda acusou em vídeo o ministro Alexandre de Moraes de uma série de fatos, como a prática de “rituais de magia negra com sacrifício de crianças”, além de ameaçar outras autoridades públicas.

Ele também diz “tô de saco cheio dessa m**, desse país de covarde, um bando de cidadão, 210 milhões de brasileiros, aceitando que 11 vagabundos [em referência aos ministro do STF] digam como a gente tem que viver”.


CNN Brasil

Estrema Direita e Bolsonarismo na Igreja: Um Grande Pecado


Nos últimos anos, a infiltração da política na religião tem se tornado cada vez mais evidente. Um dos casos mais preocupantes é o bolsonarismo nas igrejas evangélicas, fenômeno que vai muito além da simples preferência política: é um verdadeiro desvio espiritual.

Quando líderes religiosos transformam o púlpito em palanque político, estão colocando ideologia acima do evangelho. O bolsonarismo, com seu discurso polarizador e frequentemente agressivo, é incompatível com os princípios de amor, compaixão e justiça que deveriam guiar qualquer comunidade de fé.

O pecado maior não é apenas apoiar um político ou um partido, mas utilizar a fé para manipular e dividir pessoas, transformar templos em instrumentos de poder e consolidar agendas políticas em nome de Deus. Essa mistura tóxica fragiliza a igreja, confunde os fiéis e mancha a mensagem de Cristo.

É urgente que líderes e fiéis reflitam sobre os riscos dessa aproximação indevida entre religião e política extrema. A fé deve guiar a vida, não servir como escudo para interesses partidários. Defender o bolsonarismo dentro da igreja é, antes de tudo, um pecado moral e espiritual.

A igreja tem o poder de transformar vidas, mas para isso precisa permanecer fiel à sua missão: ensinar o amor, a justiça e a verdade, sem se render a agendas humanas de poder.

Vereador Lací Júnior participa de entrega de tablets do programa Tô Conectado que vai beneficiar 250 mil alunos no Maranhão



Cerca de 250 mil alunos da rede pública estadual do Maranhão serão contemplados com a entrega de tablets educacionais por meio do programa Tô Conectado, um dos eixos do macroprograma Educação de Verdade. A cerimônia simbólica da primeira entrega ocorreu nesta sexta-feira (22), no Estádio Castelão, em São Luís, conduzida pelo governador Carlos Brandão e acompanhado pelo vereador Lací Júnior.

A iniciativa representa a maior distribuição de tablets educacionais do Brasil, com investimento superior a R$ 275 milhões, em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Tablets para alunos do ensino médio

Segundo o governador Carlos Brandão, todos os alunos do ensino médio da rede estadual receberão gratuitamente os equipamentos, que não precisarão ser devolvidos após a conclusão dos estudos.

“Não é empréstimo, não é concessão. É uma doação. O aluno conclui o ensino médio e segue com seu tablet para estudar na faculdade ou em cursos técnicos”, destacou o governador.

Os aparelhos são configurados exclusivamente para fins educacionais, sem acesso a jogos ou redes sociais. Eles vêm com aplicativos pedagógicos modernos, orientados pelo MEC, visando melhorar o desempenho dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Recursos digitais e conectividade

Cada tablet inclui 20GB de internet mensal para acesso a conteúdos digitais como vídeos, livros e plataformas de ensino. Entre elas, o Elefante Letrado, ferramenta bilíngue (português e inglês) que disponibiliza materiais de leitura de acordo com cada etapa escolar.

Além disso, os estudantes receberam uma mochila personalizada do programa Tô Conectado. Professores e alunos também terão capacitação para o uso das tecnologias, garantindo aprendizagem personalizada, engajamento e desenvolvimento de habilidades digitais.

Chromebooks para professores

O eixo Tô Conectado também prevê a entrega de 30 mil Chromebooks para os professores da rede estadual, ampliando a conectividade docente e permitindo o acesso a metodologias mais modernas de ensino.

Educação de Verdade: mais investimentos para alunos

O macroprograma Educação de Verdade, instituído por medida provisória, possui três grandes eixos:

  • Tô Conectado – inclusão digital com tablets e Chromebooks.
  • Refeição de Verdade, para Mentes Brilhantes – reforço da alimentação escolar, com cardápio balanceado em todos os turnos.
  • Transporte Escolar de Verdade – investimento de cerca de R$ 80 milhões para garantir transporte gratuito e seguro, reduzindo a evasão escolar.

Presenças no evento

Além do governador Carlos Brandão, participaram da cerimônia a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale, a secretária estadual de Educação, Jandira Dias, o representante do MEC, Valdoir Pedro Wathie, e diversas autoridades estaduais e municipais, entre eles o vereador Lací Júnior, que destacou a importância do programa para os alunos da cidade de Raposa.

“Esse investimento em tecnologia e educação vai transformar o futuro da nossa juventude. É uma oportunidade única para os alunos da rede estadual, especialmente de Raposa, avançarem nos estudos com mais recursos e melhores condições de aprendizado”, afirmou o vereador.


Postado em: 22 de agosto de 2025 | Por: Ezequiel Neves

Presidente da Câmara barra equiparação salarial das merendeiras concursadas e Laci Júnior promete ação no MP



Em mais um episódio lamentável na política municipal, o presidente da Câmara decidiu retirar da pauta o requerimento que solicitava a equiparação salarial das merendeiras concursadas e efetivadas em relação às seletivadas.

A decisão gerou indignação e foi duramente criticada pelo vereador Laci Júnior, autor da iniciativa que buscava corrigir uma injustiça histórica no município.

Segundo o parlamentar, a atitude da presidência demonstra desrespeito ao princípio da isonomia e ignora o direito dos servidores públicos municipais:

“Infelizmente, hoje o presidente da Casa retirou o nosso requerimento solicitando a igualdade do salário das merendeiras concursadas com as seletivadas. Mas essa é uma batalha que não acaba aqui. Na segunda-feira, estarei dando entrada no Ministério Público para fazer valer o direito de todo servidor municipal. Eu não vou me calar, vou continuar lutando pelo nosso povo”, afirmou Laci Júnior.

Luta por justiça salarial das merendeiras concursadas

A retirada do requerimento representa um duro golpe na luta das merendeiras concursadas, que enfrentam há anos a desigualdade de salários em relação às contratadas seletivamente. Para o vereador, a postura da presidência da Câmara reforça a necessidade de buscar a justiça por meio dos meios legais.

O anúncio de que a demanda será levada ao Ministério Público já mobiliza apoio popular e reacende o debate sobre a valorização dos servidores municipais, especialmente da categoria das merendeiras, fundamentais para a rede de educação.

Oposição firme e compromisso com o povo

Com tom firme e combativo, Laci Júnior deixou claro que não aceitará manobras políticas que prejudiquem os trabalhadores:

“O princípio da isonomia tem que ser respeitado dentro do nosso município. Eu não vou recuar, vou continuar lutando até que a justiça seja feita”, reforçou.

Enquanto a Câmara Municipal recua, a luta ganha força fora dela. O povo aguarda que a justiça prevaleça e que as merendeiras concursadas tenham seus direitos reconhecidos.




O Silêncio Cúmplice das Igrejas diante de Silas Malafaia


O Brasil inteiro acompanha mais um escândalo envolvendo Jair Bolsonaro e sua tropa de fiéis aliados. Entre eles, um nome se repete: o do pastor Silas Malafaia. Suas atitudes arrogantes, suas palavras carregadas de ódio e seu comportamento nada cristão se tornaram rotina no debate público. Mas o que mais assusta não é apenas a postura de Malafaia — e sim o silêncio covarde das igrejas evangélicas diante de tudo isso.

Onde estão as vozes proféticas que deveriam denunciar a injustiça, o abuso de poder e a corrupção? Onde estão as lideranças que, em vez de se curvar diante do poder político, deveriam defender os princípios do Evangelho? O silêncio é ensurdecedor. E pior: passa a impressão de conivência.

As igrejas evangélicas não podem fingir que não veem. O comportamento de Malafaia é um escândalo público. Ele age como militante político travestido de pastor, utilizando a fé como escudo para justificar ataques, agressões verbais e alianças com um projeto de poder que já mostrou ao país suas fragilidades éticas e morais.

Quando a Igreja cala diante do erro, ela se torna cúmplice. Quando aceita que um de seus líderes se transforme em caricatura do próprio Evangelho que prega, ela trai os fiéis que acreditam em sua missão. É inadmissível que, em nome da política, se abandone a essência da fé: amor, humildade, serviço e justiça.

O silêncio das igrejas evangélicas sobre o péssimo comportamento de Silas Malafaia é vergonhoso. A cada dia que passam sem se manifestar, mais se afundam na lama da conivência. E não adianta depois reclamar da imagem negativa que a sociedade constrói sobre o meio evangélico.

Quem cala diante da injustiça, consente. Quem se omite diante do escândalo, participa dele. É hora das igrejas tomarem uma posição clara: ou estão do lado do Evangelho, ou estão do lado do poder.

Postado em: 21 de agosto de 2025 | Por: Ezequiel Neves

Dino ironiza queda de ações de bancos após decisão que pode impactar sanções a Moraes: ‘Não sabia que era tão poderoso’

 

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), ironizou nesta quarta-feira, 20, a reação negativa das ações dos bancos brasileiros após sua decisão que impediu a aplicação automática de leis estrangeiras no Brasil.

A perda total estimada no valor de mercado das principais instituições financeiras chegou a R$ 42 bilhões na terça, 19.

“Eu proferi uma decisão ontem e antes de ontem que dizem que derrubou os mercados. Não sabia que eu era tão poderoso, R$ 42 bilhões de especulação financeira”, disse Dino, em tom de brincadeira, durante uma palestra no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

“A sorte é que a velhice ensina a não se impressionar com pouca coisa. É claro que uma coisa não tem nada a ver com a outra”, acrescentou.

A decisão de Dino foi tomada no âmbito de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) sobre o desastre de Mariana (MG) para mandar um recado às autoridades americanas sobre a aplicação da Lei Magnitsky e tentar conter seus efeitos no Brasil, e acabou colocando os bancos brasileiros na berlinda: eles devem escolher entre serem punidos nos Estados Unidos ou no Brasil.

Eis a desvalorização dos principais bancos, segundo a Bloomberg:

Banco do Brasil: –6,02%

Santander: –4,87%

BTG Pactual: –3,48%

Bradesco: –3,42%

Itaú: –3,04%

Emenda

Dino publicou um novo despacho na terça-feira, 19, para esclarecer a decisão proferida um dia antes para reagir à aplicação da Lei Magnitsky pelo governo americano contra o colega de STF Alexandre de Moraes.

O ministro com “cabeça política”, como definiu Lula ao indicá-lo para o cargo, despachou para esclarecer que os “tribunais estrangeiros” a que ele se referiu na decisão não abarcam os tribunais internacionais, aos quais o Brasil segue submetido.

O Antagonista/Foto: Felipe Sampaio/STF