O Partido Socialista Brasileiro (PSB) no Maranhão parece decidido a cavar a própria cova. A retirada do governador Carlos Brandão, principal liderança da sigla no estado, é um erro político que dificilmente será reparado. Pior ainda: a nova direção entregue a figuras sem peso eleitoral ou histórico de luta partidária é vista por muitos como a ascensão de verdadeiros “Zés Ninguém”.
Nova direção, velha prática de loteamento
O registro da executiva estadual provisória no TRE-MA confirma que o PSB ficará nas mãos da senadora Ana Paula Lobato até 2026. A presidência dela é apenas a ponta do iceberg de um diretório que mais parece resultado de conchavos de bastidores do que de uma escolha democrática e estratégica.
Composição da Executiva Provisória do PSB-MA:
- Presidente: Ana Paula Lobato (senadora sem base consolidada no interior)
- Vice-Presidente de Relações Parlamentares: Carlos Lula (deputado estadual)
- Vice-Presidente de Relações Interpartidárias: Francisco Nagib (deputado estadual)
- Secretário-Geral: Aderson Lago Filho (pai do deputado Rodrigo Lago)
- 1º Secretário de Finanças: Marco Aurélio (ex-deputado de Imperatriz sem expressão atual)
- 2ª Secretária de Finanças: Elizangela Dutra (conhecida apenas por laços familiares)
- Secretário de Mobilização: André Bello (irmão do deputado Leandro Bello)
- Secretário de Relações Institucionais: Clayton Noleto (ex-secretário de Infraestrutura, com desgaste político)
- Secretário de Comunicação: Célio Adryan Feques (sem histórico de articulação de peso)
A lista mostra claramente um loteamento político, onde sobram sobrenomes e conexões familiares, mas faltam nomes de relevância real para manter o partido forte e competitivo.
O desprezo pela liderança de Brandão
Carlos Brandão não é apenas governador, mas também o único nome com densidade eleitoral capaz de manter o PSB no protagonismo estadual. Retirá-lo do centro das decisões é um tiro no pé, que pode custar caro nas eleições de 2026.
Enquanto isso, a nova executiva parece mais interessada em satisfazer pequenos grupos do que em pensar no futuro do partido. O resultado pode ser um PSB enfraquecido, transformado em sigla de aluguel, sem rumo e sem representatividade.
O risco para 2026
Sem Brandão no comando, o PSB pode perder espaço para outras legendas mais organizadas e com lideranças firmes. A sigla corre o risco de ser reduzida a um partido secundário, refém de acordos de ocasião e longe do protagonismo conquistado nos últimos anos.
O recado é claro: ao afastar sua maior liderança e entregar o controle a figuras irrelevantes, o PSB-MA optou pelo caminho da irrelevância política.
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