Postado em: 15 de agosto de 2025 | Por: Ezequiel Neves

Nepotismo cruzado? Pai e esposo de presidente da Câmara de Ribamar recebem salários da Câmara de Raposa


Região Metropolitana de São Luís — Um caso que mistura política, parentesco e dinheiro público está gerando indignação. Levantamento no Portal da Transparência revela que o pai e o esposo da presidente da Câmara Municipal de São José de Ribamar, Francimar Jacintho, aparecem como servidores da Câmara Municipal de Raposa, recebendo salários pagos pelos cofres da cidade.

Ligação familiar e possível conflito ético

A presidente da Câmara de Ribamar ocupa um dos cargos mais estratégicos da política municipal, com influência direta sobre orçamentos e decisões legislativas. O fato de dois parentes diretos — pai e esposo — estarem vinculados financeiramente a outra Casa Legislativa levanta questionamentos sobre a necessidade real dos cargos e se existe cumprimento efetivo das funções.

O que mostram os dados oficiais

Conforme registros do Portal da Transparência de Raposa, os nomes do pai e do esposo da presidente aparecem na folha de pagamento, recebendo boa remuneração mensal.
Não há, porém, comprovação pública de frequência, relatórios de atividades ou resultados concretos do trabalho. A Câmara de Raposa não disponibiliza relatórios detalhados sobre produtividade funcional, o que aumenta as suspeitas.

Especialistas apontam nepotismo cruzado

Juristas e especialistas em gestão pública ouvidos pela reportagem afirmam que o caso pode se enquadrar no chamado “nepotismo cruzado” — prática em que órgãos distintos contratam parentes de autoridades para driblar a proibição de contratar familiares diretamente.
Embora ainda não haja provas de contrapartida em Ribamar, a situação pode configurar violação ética e administrativa, exigindo investigação minuciosa do Ministério Público.

Falta de transparência e silêncio das autoridades

Até o momento, nem a presidente da Câmara de Ribamar, nem a direção da Câmara de Raposa se manifestaram. O espaço permanece aberto para esclarecimentos, mas o silêncio apenas alimenta a desconfiança da população.

Impacto sobre a confiança pública

Enquanto os moradores enfrentam falta de medicamentos, ruas esburacadas e insegurança, casos como este reforçam a percepção de que a máquina pública é usada para favorecer interesses pessoais.
Recursos que poderiam resolver problemas urgentes acabam destinados a nomeações questionáveis e de pouca transparência.

Próximos passos

Cabe agora ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas investigar se os servidores realmente cumprem carga horária, se os cargos são necessários e se há prática de nepotismo cruzado.
A sociedade espera respostas e, principalmente, transparência no uso do dinheiro público.





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