Acúmulo de lixo preocupa moradores da Vila Boa Esperança, em Raposa (MA)

A rotina dos moradores da Vila Boa Esperança tem sido marcada pelo convívio diário com o lixo acumulado nas ruas do bairro. Segundo relatos, a coleta de resíduos sólidos é irregular e, em alguns trechos, completamente ausente. A situação levanta preocupações com a saúde pública, especialmente entre crianças e adolescentes.

De acordo com os moradores, o problema se arrasta há meses e não há previsão de melhorias por parte do poder público. Sacos de lixo se acumulam em calçadas e terrenos baldios, atraindo moscas, baratas, ratos e outros vetores de doenças.

“Tem dia que a gente vê o caminhão da coleta passar direto. Quando chove, o lixo espalha e o mau cheiro é insuportável”, relata Maria José Lima, moradora da região há mais de dez anos. Ela conta que os netos já tiveram episódios de diarreia e coceiras, que ela acredita estarem relacionados à exposição constante ao ambiente sujo.

Especialistas alertam para o risco de doenças como leptospirose, dengue, zika e chikungunya, todas associadas à presença de lixo e ao acúmulo de água parada. “A falta de uma política eficaz de gestão de resíduos impacta diretamente a saúde da população, sobretudo a mais jovem, que ainda está em fase de desenvolvimento imunológico”, explica o sanitarista Carlos Eduardo Costa.

A equipe de reportagem tentou contato com a Prefeitura de Raposa, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta. Enquanto isso, moradores seguem convivendo com o descaso e apelam por uma solução imediata.

“Queremos apenas viver com dignidade. O lixo está por toda parte, e ninguém faz nada”, desabafa José Raimundo, outro morador do bairro.

O caso da Vila Boa Esperança reflete um problema recorrente em muitos bairros periféricos do Maranhão: a falta de infraestrutura básica e a ausência de políticas públicas eficientes para o manejo de resíduos sólidos.